O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu às críticas do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), após o gestor estadual afirmar que o parlamentar “enlouqueceu” ao defender o chamado “tarifaço de Donald Trump” contra produtos brasileiros.
“O Eduardo Bolsonaro enlouqueceu. Está falando bobagem. Está lá nos Estados Unidos, longe da realidade. Defendeu o tarifaço do Trump. Ele devia ficar calado”, afirmou Mendes em entrevista, reforçando que tem respeito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, mas desaprova as recentes declarações do filho.
“O filho dele está falando besteira lá nos Estados Unidos”, completou o governador.
Eduardo Bolsonaro reage
De imediato, Eduardo Bolsonaro respondeu às declarações, alegando que o aumento de tarifas por parte do ex-presidente norte-americano Donald Trump foi motivado, em parte, por uma “perseguição política” sofrida por Jair Bolsonaro no Brasil.
Segundo o deputado, a própria carta divulgada por Trump em sua rede Truth Social explicaria as razões da medida e defenderia o ex-presidente brasileiro.
“Trump sabe o que está acontecendo. Ele mesmo disse que as investigações contra Bolsonaro são uma verdadeira caça às bruxas”, afirmou o parlamentar.
Desafio político
Em tom provocativo, Eduardo lançou um desafio público ao governador Mauro Mendes:
“Em vez de só discursar, movimente sua base de parlamentares a favor da anistia. Isso sim ajudaria o presidente Bolsonaro.”
O comentário faz referência à articulação de parlamentares bolsonaristas que defendem a anistia aos investigados por suposta participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Contexto político
O embate ocorre em meio a um racha crescente dentro do PL, envolvendo diferentes alas da direita. Recentemente, Eduardo Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também trocaram críticas públicas, evidenciando disputas internas pela liderança e pela narrativa política dentro do bolsonarismo.
Ao mesmo tempo, uma nova pesquisa de popularidade divulgada nesta semana acendeu o alerta entre os líderes conservadores: enquanto o presidente Lula manteve estabilidade, nomes como Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas apresentaram queda nos índices de aprovação, ampliando a tensão sobre o cenário eleitoral de 2026.
Em resumo: a troca de farpas entre Eduardo Bolsonaro e Mauro Mendes expõe divergências estratégicas entre lideranças da direita, em um momento de redefinição de forças dentro do campo bolsonarista.