A Justiça da Itália enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma série de questionamentos sobre o sistema prisional brasileiro. As respostas farão parte do processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente detida em Roma.
O julgamento sobre a extradição — solicitado pelo governo brasileiro — foi suspenso pelos magistrados italianos na semana passada e será retomado no dia 18 de dezembro de 2025. Moraes tem até 14 de dezembro para responder às perguntas, encaminhadas oficialmente pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça.
O que a Justiça italiana quer saber
Os juízes italianos solicitaram detalhes sobre:
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A prisão feminina onde Carla Zambelli seria custodiada, caso a extradição seja autorizada.
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Condições gerais dos presídios femininos no Brasil, incluindo estrutura, assistência médica e segurança.
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Possíveis episódios de violência, intimidação ou maus-tratos contra detentas.
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A capacidade da polícia penal para manter a ordem e garantir a integridade física das presas.
O objetivo das perguntas é avaliar se o Brasil cumpre padrões internacionais mínimos para receber a parlamentar — um procedimento comum em pedidos de extradição.
Contexto: condenação, prisão e fuga
Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. As apurações apontam que ela teria sido a mentora intelectual do ataque cibernético, executado por Walter Delgatti, que confessou ter agido a seu mando.
A deputada, que possui dupla cidadania, foi presa em Roma, em julho de 2025, após tentar obter asilo político.
O pedido de extradição foi formalizado pelo STF e enviado ao governo italiano em 11 de junho.
Além do processo criminal, Zambelli também enfrenta um processo de cassação de mandato na Câmara dos Deputados.