A ameaça de Donald Trump de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto expôs o constrangimento da bancada ruralista, alinhada a Bolsonaro e ao trumpismo. Apesar do risco de prejuízos bilionários para setores como carne, café e laranja, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) evita críticas a Trump, focando os ataques no presidente Lula, a quem atribui o “derretimento” das relações com os EUA.
Internamente, ruralistas culpam declarações de Lula, como a defesa de uma moeda alternativa ao dólar e seu posicionamento na política externa, por motivarem a reação americana. Apesar disso, mantêm diálogo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que classificou a medida como “indecente” e busca soluções diplomáticas.
A FPA defende cautela e sugere o uso da Lei da Reciprocidade Econômica para proteger o agronegócio. Analistas alertam para os riscos de retaliação precipitada, considerando o contexto político da eleição americana. O caso revela a dificuldade da bancada ruralista em conciliar interesses comerciais com sua fidelidade política a Trump e Bolsonaro.