Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi nomeado líder da minoria na Câmara dos Deputados, em uma manobra articulada pelo PL para evitar sua cassação por ausência. Mesmo residindo nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado passa a ocupar um cargo que dispensa justificativa de presença em plenário, permitindo que mantenha o mandato sem atuar presencialmente.
Nas redes sociais, Eduardo celebrou a nomeação e condicionou a “pacificação do Brasil” à aprovação de uma anistia ampla ao seu pai, ameaçando uma crise institucional caso isso não ocorra. A operação envolveu a renúncia da deputada Caroline de Toni (PL-SC) ao posto de liderança, assumindo a vice-liderança para representar o grupo presencialmente em Brasília.
A justificativa usada pelo PL remete a um precedente de 2015, que isentava líderes de registrar presença física, mas não autorizava atuação remota ou internacional. A legalidade da manobra é considerada controversa.
O custo ao contribuinte é elevado: Eduardo recebe cerca de R$ 46 mil mensais, além de R$ 133 mil em verba de gabinete, totalizando até R$ 200 mil por mês. Em cinco meses, os gastos já ultrapassam R$ 520 mil, podendo chegar a R$ 2 milhões em 2025.
A nomeação escancara o uso político das regras internas da Câmara para proteger interesses pessoais, levantando críticas sobre ética, moralidade e responsabilidade pública.