Como já divulgado, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou que o dinheiro encontrado pela Polícia Federal teve origem na venda de um imóvel localizado em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.
No entanto, segundo informações publicadas pelo Portal do José, o imóvel mencionado pelo parlamentar ainda consta como disponível para venda no site de uma imobiliária da cidade. De acordo com o jornalista José Fernandes, leitores do município acessaram a plataforma da imobiliária e identificaram que a casa citada pelo deputado segue anunciada, sem registro de venda concluída.
Durante apuração ao vivo, o jornalista realizou uma busca no site da empresa e confirmou que o imóvel aparece entre as opções disponíveis. “Ele afirma que vendeu, mas a imobiliária continua anunciando a casa”, destacou.
O caso reacendeu debates nas redes sociais e entre analistas políticos, especialmente em razão da justificativa apresentada para a origem dos recursos apreendidos.
Na análise do Portal do José, também foi lembrado um episódio ocorrido em 2017, quando o pastor Silas Malafaia — líder religioso e aliado político de Sóstenes Cavalcante — foi investigado na Operação Timóteo, que apurava crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. À época, Malafaia alegou que valores questionados eram doações destinadas à igreja, e o caso não resultou em prisão.
José Fernandes avaliou ainda que, diante desse histórico, é possível que o deputado tenha sido orientado a evitar qualquer associação dos valores a doações religiosas, optando pela explicação da venda de um imóvel. Segundo o jornalista, a estratégia buscaria reduzir questionamentos adicionais sobre a origem do dinheiro.
Até o momento, não houve esclarecimento oficial sobre a divergência entre a declaração do deputado e a permanência do imóvel anunciado. O caso segue repercutindo, enquanto as autoridades analisam as informações no curso das investigações.