A Agência de Arrecadação de Impostos e Controle Aduaneiro da Argentina (ARCA) denunciou, na sexta-feira (12), a Associação do Futebol Argentino (AFA) e seu presidente, Claudio “Chiqui” Tapia, por suposta apropriação indébita de 7,5 bilhões de pesos em impostos e contribuições previdenciárias — cerca de R$ 28,5 milhões.
Segundo a denúncia, revelada pelo jornal La Nación, a AFA teria retido valores descontados de terceiros e deixado de repassá-los ao Tesouro dentro do prazo legal, utilizando os recursos de forma irregular para financiar suas atividades. Em alguns casos, os atrasos ultrapassaram 300 dias.
Para a ARCA, a prática caracteriza uso indevido de recursos públicos. A agência pediu a abertura de investigação no Tribunal Penal Econômico Federal, com dirigentes da entidade intimados como suspeitos, incluindo Tapia.
A denúncia se soma a outras apurações que envolvem suspeitas de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, fraude e enriquecimento ilícito, ampliando a crise institucional da AFA a poucos meses da Copa do Mundo de 2026. Pelas regras da Fifa, uma eventual intervenção política pode resultar em sanções severas, inclusive a exclusão da Argentina do Mundial.
No mesmo dia, uma operação policial apreendeu 52 veículos de luxo ligados a dirigentes da AFA, além de cumprir mandados em casas noturnas e em um escritório no centro de Buenos Aires.