A morte do pequeno Benício Xavier de Freitas, de apenas 6 anos, deixou Manaus comovida e levantou uma denúncia grave feita pelos pais. O menino deu entrada no Hospital Santa Júlia no último sábado (23) apenas com tosse seca e suspeita de laringite, mas o quadro evoluiu de forma repentina e terminou de maneira trágica na madrugada de domingo (24).
Segundo a família, uma médica responsável pelo atendimento prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina por via intravenosa. A primeira aplicação aconteceu poucos minutos depois — e, logo em seguida, Benício disse uma frase que marcou profundamente os pais: “Mãe, meu coração está queimando.”
A partir desse momento, o menino apresentou piora brusca. Ele foi levado para a sala vermelha, onde a oxigenação caiu rapidamente, e a equipe decidiu solicitar um leito de UTI. No início da noite, Benício foi transferido e, já na terapia intensiva, precisou ser intubado. Durante o procedimento, sofreu a primeira de seis paradas cardíacas registradas ao longo da noite. Apesar das tentativas de estabilização, Benício não resistiu e faleceu às 2h55 da madrugada.
Os pais afirmam que a dose aplicada era incompatível com o quadro inicial e reforçam que pediram esclarecimentos ainda durante o atendimento. Eles registraram boletim de ocorrência e prestaram depoimento no 24º DIP.
O hospital informou que a Comissão de Óbito concluiu uma análise interna e repassará todos os dados às autoridades e à família. Após o resultado preliminar, uma médica e uma técnica de enfermagem envolvidas no atendimento foram afastadas.
O Conselho Regional de Medicina instaurou procedimento para apurar o caso, e a Polícia Civil mantém investigação em andamento.
O pai de Benício, Bruno Mello de Freitas, professor da UEA, publicou uma homenagem emocionada ao filho, lembrando o sorriso doce e a alegria que o menino espalhava por onde passava. Em meio ao luto, ele afirmou que a busca por justiça será “incansável” e que a família fará tudo para honrar a memória do menino que partiu tão cedo.
O caso segue sob investigação, enquanto familiares, amigos e moradores de Manaus se solidarizam diante da dor da perda.