Não podemos mais aceitar a brutalidade contra mulheres em Marília. Estamos denunciando este caso e exigimos que todas leiam, compartilhem e pressionem as autoridades. É nosso compromisso garantir a vida de Isabelli Cristina Martins.
Na madrugada de 20 de agosto, a vida de Isabelli Cristina Martins, de apenas 18 anos, se transformou em um pesadelo inimaginável. Em um relacionamento que durou somente duas semanas de coabitação, o que deveria ser um lar virou um cenário de tortura nas mãos de Tiago de 28 anos.
O terror dentro das quatro paredes:
Isabelli relata ter sido recebida com uma sequência brutal de socos no rosto e na cabeça. O horror atingiu o limite quando uma faca foi passada em seu pescoço uma tentativa direta de silenciar sua voz. No mesmo momento, o agressor esmagou seu celular, eliminando sua possibilidade de pedir ajuda.
Mesmo ferida e à beira de perder as forças, Isabelli encontrou uma brecha para a sobrevivência. Conseguiu o apoio de uma vizinha e iniciou uma fuga desesperada.
A perseguição de quase nove horas:
O agressor não se contentou em machucar: ele caçou sua vítima.
Durante aproximadamente nove horas, a jovem rastejou e se escondeu pelo bairro, enquanto era perseguida pelo agressor, agora armado com um revólver e montado em uma motocicleta. Em um nível ainda maior de crueldade, ele chegou a ameaçar a própria mãe da vítima.
O pedido de socorro demorou a ser atendido. A viatura levou cerca de uma hora para chegar — tempo decisivo numa situação em que cada minuto pode separar a vida da morte. Quando a polícia enfim chegou, ele já havia ido embora, e ninguém foi preso.
Histórico e impunidade!
O agressor, que havia deixado o CDP Álvaro de Carvalho apenas três meses antes com antecedentes por furto e ameaça continuou solto. Mesmo após Isabelli conquistar uma medida protetiva, ele demonstrou que não se sentia impedido por ela.
A proteção formal existia. A proteção real, não.
Novembro o terror ainda não acabou:
Três meses depois da noite da agressão e da fuga, Isabelli afirma que continua sendo ameaçada. O medo não ficou no passado: ele faz parte do seu cotidiano, afetando seu dia a dia, seu sono e sua sensação de segurança.
Apesar de todo o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, ela vive com a certeza de que o agressor segue impune, e que o sistema ainda não conseguiu oferecer proteção completa.
De que adianta sobreviver à agressão, se a vítima continua desprotegida?
A coragem de quem se recusa a ser silenciada:
Isabelli poderia ter escolhido o silêncio mas não escolheu. Com a voz que tentaram calar com uma faca, hoje ela denuncia não apenas o ataque que sofreu, mas todas as ameaças que ainda enfrenta, para que nenhuma outra mulher passe pelo mesmo.
Mesmo com medo de ser julgada, ela decidiu falar. E encontrou apoio.
Ela acreditava que seria criticada. Nós afirmamos que não e provamos: ninguém tem o direito de julgar uma vítima. Isabelli não está sozinha.
Denunciar não é fraqueza.
Pedir ajuda não é vergonha.
Falar a verdade não é exposição é proteção.
Uma mensagem para todas as mulheres:
A história de Isabelli não é apenas uma história de violência; é uma história de coragem imensurável.
Ela se levantou, rompeu o ciclo de silêncio e transformou seu trauma em um alerta social contínuo para outras mulheres que ainda sofrem agressões ou ameaças.
E, enquanto enfrenta as consequências dessa coragem,o jornalismo deixa claro que estamos acompanhando o caso de Isabelli.
Não vamos nos calar. Vamos cobrar das autoridades respostas e proteção porque não queremos noticiar mais uma vítima de feminicídio. Queremos noticiar mulheres protegidas, vivas e amparadas.
O medo tentou calar Isabelli, mas o jornalismo e
a população não vão deixar
Fonte:Tribuna News