O Exército dos Estados Unidos realizou, nesta quinta-feira (16), um novo ataque no mar do Caribe, próximo à costa da Venezuela, sob a justificativa de combate ao narcotráfico internacional. A ação, conduzida por militares do Comando Sul, atingiu um sexto navio considerado suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, segundo informações da emissora norte-americana CBS News.
Diferentemente das ofensivas anteriores, o ataque desta vez deixou sobreviventes. Nos episódios anteriores, 27 pessoas morreram, entre cidadãos da Venezuela, Colômbia e Trinidad e Tobago.
SOBREVIVENTES E DENÚNCIAS INTERNACIONAIS
A polícia de Trinidad e Tobago confirmou que investiga se dois cidadãos do país estão entre os mortos em um dos ataques recentes.
Lenore Burnley, mãe de uma das supostas vítimas, Chad Joseph, de 26 anos, relatou à agência France-Presse (AFP) que o filho era pescador e retornava para casa após três meses de trabalho na Venezuela.
Ela classificou a ação militar como “desproporcional e contrária às normas marítimas internacionais”, lembrando que o protocolo prevê a interceptação e abordagem de embarcações suspeitas, e não sua destruição completa.
CONTEXTO POLÍTICO E ACUSAÇÕES CONTRA TRUMP
O ex-presidente norte-americano Donald Trump é acusado por parlamentares democratas de violar o direito internacional e autorizar operações secretas na região. Segundo informações da Associated Press, a administração Trump ainda não apresentou provas de que os barcos atacados transportavam drogas.
Mesmo assim, Trump tem defendido as ações como parte de uma campanha de combate ao narcotráfico, classificando os suspeitos como “combatentes ilegais”.
No Congresso, democratas e até alguns republicanos pedem esclarecimentos sobre a legalidade das operações e suas consequências humanitárias.
Fontes diplomáticas afirmam que as ofensivas marítimas fazem parte de um plano mais amplo de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, incluindo o suposto envolvimento da CIA em operações secretas com o objetivo de neutralizar o presidente venezuelano.
Questionado sobre o tema, Trump não negou as informações e afirmou que considera novas ações, inclusive terrestres, em território venezuelano. Washington acusa Maduro de chefiar uma rede internacional de tráfico de drogas, oferecendo recompensa de até US$ 50 milhões por sua captura — acusação que o líder venezuelano nega categoricamente.
ESCALADA DE TENSÕES NO CARIBE
A nova ofensiva militar aumenta as tensões na região e reforça os temores de uma possível intervenção direta dos Estados Unidos na Venezuela, país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo.
Analistas internacionais alertam que a escalada de ataques abre um precedente perigoso, permitindo que Washington interfira militarmente em outros países latino-americanos sob justificativas semelhantes.
Organizações internacionais e especialistas em direito internacional têm cobrado investigações independentes sobre as ações e alertam para violações da soberania venezuelana e do direito humanitário internacional.
Da Redação |MSN