O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República Ciro Gomes formalizou nesta semana seu pedido de desfiliação do PDT (Partido Democrático Trabalhista), encerrando uma relação política de longa data marcada por alianças, divergências e embates internos.
A decisão, que já vinha sendo especulada nos bastidores, ocorre após uma série de desentendimentos entre Ciro e a direção nacional do partido, especialmente em relação ao posicionamento do PDT diante do atual governo federal.
De acordo com análise da jornalista Clarissa Oliveira, no quadro Bastidores CNN, o rompimento ganhou força após Ciro se posicionar contra a indicação de Carlos Lupi — atual ministro da Previdência — para um cargo no governo, além de sua recusa em apoiar alianças políticas no segundo turno das eleições de 2022.
“Não é a primeira vez que ele tem que fazer esse movimento de mudança partidária por conta de posições políticas muito fortes, que sempre manifestou ao longo da carreira”, destacou Clarissa.
“Já o PDT está muito bem alinhado na base de apoio do presidente Lula, indicou ministérios dentro do governo federal e deve seguir ao lado do petista nas eleições de 2026”, completou a analista.
FUTURO POLÍTICO EM ABERTO
Após a desfiliação, cresce a especulação sobre os próximos passos de Ciro Gomes. Bastidores políticos apontam a possibilidade de que o ex-governador do Ceará possa migrar para o PP ou União Brasil, legendas com forte presença nas articulações regionais.
Fontes próximas a Ciro indicam que ele pode estar avaliando uma candidatura ao governo do Ceará, onde ainda mantém influência política significativa — apesar de enfrentar divisões internas na família Ferreira Gomes, que tradicionalmente domina a cena política estadual.
“Vai depender muito da capacidade dele de angariar apoios e se posicionar em um partido com estrutura sólida na dinâmica local. Não é um desafio simples”, avaliou Clarissa Oliveira.